Fleischmann: "Estudámos cada detalhe minuciosamente e estamos muito satisfeitos com o resultado"

Em razão do lançamento da nova geração de eletroportáteis XM, conversámos com Enrique Fleischmann, chef corporativo da Sammic e responsável pela parte culinária e do utilizador no desenvolvimento desta gama.

1. Qual foi o seu papel no desenvolvimento desta gama?

É curioso, mas há já alguns anos, quando eu trabalhava no Akelarre na área de I+D, Xabier Goenaga, Jon Markina e Javier Hidalgo apareceram com um protótipo de um triturador. Era um protótipo muito austero e pediram-nos que o experimentássemos na nossa área. Realizámos os ensaios correspondentes e depois redigi um relatório para que pudessem ler, identificar os prós, os contras, etc. e enviei-o. Anos mais tarde, por questões da vida, Xabier Goenaga e eu voltámos a encontrar-nos e precisamente nesse momento estavam à procura de um chef corporativo para a Sammic e eu já havia deixado de trabalhar no Akelarre. Foi uma coisa muito curiosa, mas voltámos a encontrar-nos e voltámos a trabalhar e a colaborar naquele primeiro protótipo que havia sido realizado. Desde aquele dia, temos estado a trabalhar a partir daquele protótipo austero e temos vindo a crescer, evoluir e desenvolver o projeto.

Posso dizer que esta gama e, em concreto, o modelo XM-12, é a primeira máquina com a qual comecei a colaborar com a Sammic. Com Javier Hidalgo, no princípio, e com Gorka Agirrezabal mais tarde, falámos de tudo, desde a ergonomia, as dimensões que o braço deveria ter para ter versatilidade, o corte a laser que tivesse a capacidade de fazer quer um puré como uma espuma, o punho, o botão, o cabo, quanto deveria medir, etc. Tudo isto afeta, no fim das contas. Participámos na evolução total deste triturador.

2. Qual acredita ser o avanço mais interessante para o utilizador?

Creio que há muitos avanços, mas centrar-me-ia nos seguintes:

• A versatilidade. Por outras palavras, com uma única lâmina somos capazes de ter uma variedade muito ampla de resultados. A grande maioria das outras marcas utilizam muitos utensílios para conseguir algo parecido e, não é que o resultado destas máquinas seja mau, mas a praticabilidade não é comparável. De alguma maneira, a nossa máquina é potente, versátil, mas também sofisticada nas confeções. Creio que este é um avanço primordial.
• Outro avanço interessante é a ergonomia. A ergonomia desta máquina está medida, está pensada e está repensada. Pretendeu-se fazer uma máquina cómoda para qualquer tipo de utilizador e qualquer tipo de mão. A grande maioria de trituradores foi concebida para uma mão grande e nós entendíamos que tinha de ser ergonómico para todos os utilizadores, pelo que trabalhámos muito nesta característica.
• A potência é sem dúvida outro avanço. Foco-me nas variantes de velocidade, porque queríamos que na nossa máquina a velocidade mínima fosse útil. Na maioria das vezes, a velocidade mínima não costuma ter aplicação e, nesse caso, não vale a pena colocá-la. Queríamos que realmente tivesse uma possível aplicação e conseguimo-lo.
• Na estética. Conseguimos uma máquina compacta, bonita e, no caso do XM-12, com um tamanho ideal para uma gaveta.
• Click-on-arm. Na cozinha muitas das coisas que se fazem estão relacionadas com sons. O facto de ter um som e não ser apenas visual, dá-lhe uma garantia de que está equipado, que está pronto para trabalhar. É uma característica procurada. Esse som dá-lhe a garantia de saber que foi bem feito.

Até à data, entendia-se por triturador uma máquina muito rudimentar, mas dispõe de muitíssimos avanços. Parece apenas um triturador normal, mas não! Tritura, mas tem muitíssimas outras coisas por detrás. 

3. O que pensa sobre o uso de trituradores domésticos no âmbito profissional?

Até à data foi uma alternativa à falta de um produto no mercado. Não havia uma opção compacta, versátil, sofisticada, bonita, de design, cómoda no tamanho, que pudesse substituir um triturador básico de casa por algo profissional. E, por isso, não restava outra opção aos cozinheiros do que comprar um ou dois trituradores domésticos por ano para poder trabalhar. Agora, com o XM-12 preenchemos essa lacuna que havia. Além disso, temos dois braços para substituir o triturador que é de mise-en-place e de serviço e o que é de produção. Assim, ambos podem ser versáteis no tamanho e no espaço.

4. Quais seriam as diferenças entre um triturador doméstico e um triturador profissional?

A potência, sem dúvida, e, por conseguinte, o resultado final. Também, a durabilidade, a robustez e o design. Creio que o preço-qualidade justifica o investimento numa máquina com maior percurso.

5. Se tivesse de escolher um modelo, qual escolheria?

Atualmente, escolheria e o modelo com o qual me iniciei, o pequenino, o XM-12. Para mim, para a culinária que confecionamos, é muito útil. A sua versatilidade permite-nos elaborar produções de 10 litros ou também uma espuma muito específica ou elementos muito mais delicados. Chegou para solucionar uma procura que havia. Em geral, creio que chega num momento ideal, num momento necessário para o cozinheiro profissional. Estou certo de que será uma revolução em todos os sentidos, a nível estético, produtivo, em tudo.

6. Esteve com diferentes utilizadores que experimentaram estas máquinas, qual foi a sua impressão?

Veja, eu creio que a melhor sensação de que receberam algo de qualidade é que, uma vez que o tenham, não nos voltam a chamar nem incomodar em nada. E quando os vê, estão a utilizá-lo. Creio que essa é a maior prova de que algo foi útil.

É importante mencionar que investimos anos a triturar e a realizar ensaios com um protótipo que era um aparelho que já se podia perfeitamente embalar e vender. Mas queríamos que fosse uma gama realmente impressionante. Tínhamos a grande sorte e o grande problema de que os trituradores que tínhamos antes são muito bons e tínhamos que ser muito melhores. Por isso, estudámos cada detalhe minuciosamente e fizemos um grande esforço durante anos. Realmente estamos muito satisfeitos com o resultado.